Fazer a gestão e o planejamento dos serviços públicos de áreas rurais é um desafio para as prefeituras, pois muitas vezes endereços incompletos atrapalham a localização de propriedades, a chegada de serviços públicos como correios, ambulâncias, viaturas da polícia etc., isso sem falar na dificuldade de se ter informações demográficas dos moradores dessas regiões. Mas a geointeligência somada a criatividade e ao empenho de gestores e funcionários públicos de algumas cidades têm transformado essa realidade. Esse é o caso de Amparo, interior de São Paulo.
O município, que é uma das seis Estâncias Hidrominerais do Circuito das Águas Paulista, tem 80% do seu território em áreas rurais nas quais vivem 21% da sua população e grande parte dessas pessoas enfrentava problemas para dar o próprio endereço. Com a criação do CEP Rural essa dificuldade diminuiu, mas a prefeitura local está indo além e, com a aplicação de ferramentas de geointeligência, está fazendo um mapeamento completo que permite a criação de políticas públicas mais efetivas para atender a população rural.
De acordo com a engenheira agrônoma da Secretaria de Economia e Agronegócios de Amparo, Patrícia Cintra Camargo, os moradores foram incentivados a fazerem o CEP Rural e como a prefeitura já tinha as informações das estradas rurais, foi criada uma ficha cadastral na plataforma de geointeligência Geocidades, onde é possível identificar o que cada propriedade produz, se tem turismo ou há a intenção de fazer, se o produtor vive ali, qual o tamanho da família, qual a cultura, é agricultura familiar, etc.
“Com isso podemos fazer um melhor planejamento das ações públicas que serão dirigidas àquela população, isso sem contar que estamos integrando dentro da plataforma os dados do SIM (Serviço de Inspeção Municipal) com os do CEP Rural o que vai facilitar consultas futuras que poderão ser feitas inclusive pela população”, disse.
Esse trabalho também tem auxiliado as agentes de saúde da família que precisam visitar a propriedades e hoje tem mais facilidade para se localizar e saber o perfil das pessoas que vivem em cada endereço. Além disso, ficou mais fácil pedir uma ambulância ou acionar a polícia em uma emergência, pois agora todas a propriedades estão identificadas corretamente.
“O trabalho com o Geocidades está sendo tão bem-sucedido que estamos sendo procurados por órgãos públicos como a promotoria e até mesmo pelos produtores para acessar os dados que estamos fazendo em nosso cadastro rural e até mesmo para contribuírem com informações”, concluiu Patrícia.